Sendo Transformados – A Renovação da Mente
Leitura: RM. 12:1, 2
A escrever sua
carta aos cristãos que estavam em Roma, por volta do ano 57 D.C. enquanto
estava em Corinto – uma cidade litorânea do Peloponeso na Grécia, o apóstolo
Paulo escreveu-lhes preciosas orientações, entre as quais estas do texto em
estudo. Vejamos o teor do conselho, o motivo e o propósito...
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de
DEUS, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a
DEUS, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas
transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, que para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de DEUS” (RM. 12:1,2)
Nessa passagem, Paulo faz um
“rogo”, um pedido insistente porém
em humildade. Seu pedido está
baseado na misericórdia de DEUS e tem um alvo: que eles oferecessem seus corpos
a DEUS como um sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS.
Porque ele usa a expressão
“sacrifício vivo”?
Como profundo conhecedor dos
costumes judaicos, o apóstolo faz menção ao “sacrifício diário” citado no
Antigo Testamento, que devia ser apresentado a DEUS – NM. 28:4. Na Antiga Aliança (Velho Testamento), quando alguém
pecava e se dirigia ao templo (ou à Sinagoga) para apresentar-se diante de
DEUS, não podia chegar de mãos vazias – ÊX. 23:15; DT. 16:16
– era necessário levar um sacrifício, um
animal para ser sacrificado (morto) – HB.
9:22; LV. 4:35; 9:3.
Entretanto, com a vinda de
JESUS, houve uma mudança com relação ao sacrifício... ELE próprio (JESUS)
ofereceu-se como o “Cordeiro de DEUS” (JO.
1:29) em sacrifício no nosso lugar – RM.
5:8; 1 CO. 5:7; 1 TS. 5:10 e referências.
Hoje, para nos achegarmos a
DEUS, já não temos que levar um sacrifício, mas vamos diante de DELE confiando no
sacrifício de JESUS, vamos a DEUS “em Nome de JESUS” – JO. 14:13,14.
Contudo, para que sejamos
aceitos diante de DEUS, para que “experimentemos Sua boa, agradável e perfeita
vontade”, é necessário que apresentemos a ELE o nosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável...
Como é isso? Nossa carne clama
por conforto, por prazeres – alguns até lícitos – por saciar seus instintos.
Entretanto, o corpo deve nos servir, e não nós a ele. Quando o Reino de DEUS
exigir, meu corpo deverá abrir mão de coisas lícitas: comer, beber, dormir...
Meu corpo tem que servir aos propósitos
de DEUS, aos objetivos do Seu Reino!
Quando “imponho” ao meu corpo as
prioridades do Reino de DEUS, estou tornando-me um “sacrifício vivo”. Porém,
nessa passagem, o sacrifício não é um fim em si mesmo... O “fim” ou propósito é
o “culto racional”, ou “adoração com entendimento”. DEUS deve ser adorado, e o
homem, como ser dotado de inteligência e razão, deve adorar ao seu Criador de
maneira “inteligente”. Outro detalhe: a forma de prestar esse “culto” ou
“adoração” ─ “Santo e agradável a DEUS”.
O pedido de Paulo (na verdade de
DEUS através do apóstolo) é no sentido de que o corpo seja mantido puro e santo – separado para DEUS – e também viva de forma agradável a DEUS.
Para que entendamos o que está
envolvi nesse pedido, nessa “evolução ou desenvolvimento de conduta”,
precisamos recorrer a outros textos. Comecemos com 2 Coríntios 6:14 – 7:1.
“Não vos prendais a um jugo desigual com os
infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão
tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte
tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos?
Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e
entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí
do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos
receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, diz
o Senhor Todo-Poderoso. Ora, amados, pois que temos tais promessas,
purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a
santificação no temor de Deus. (2 CO. 6:14-7:1)
Aqui encontramos alguns
princípios que devem nortear-nos...
·
Não estar preso a um “jugo desigual” com infiéis
o “jugo”
é uma espécie de “canga”, usada, na agricultura, para emparelhar uma junta de
animais de carga (dois bois, por exemplo). No texto, significa não ser
“companheiro” de infiéis, pois a Palavra nos adverte que “as más conversações corrompem os bons costumes” (1 CO. 15:33) veja-se também PV. 13:20; 22:24.
o Não
há sociedade da justiça (fiel) com a injustiça (infiel);
o Não
há comunhão da luz (filho de DEUS) com as trevas (escravos de satanás);
o Não
há concórdia entre CRISTO e Belial (um demônio da noite);
o Não
há parte do fiel (discípulo de JESUS) com o infiel (religioso);
o Não
há consenso entre o templo de DEUS (nosso corpo – 1 CO. 3:16) com o templo dos ídolos;
o Não
tocar (se contaminar) com nada imundo (isso envolve o que vemos e ouvimos
também);
o “Sair”
envolve santificação, separação de tudo o que desagrada a DEUS;
o Purificar-se
de “toda a imundícia” da carne e do espírito;
o Aperfeiçoar
a santificação no temor de DEUS.
Depois, no versículo 2, o apóstolo
continua:
“E não vos conformeis com este mundo, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente (ou do vosso entendimento), para
que experimenteis qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de DEUS”. (RM. 12:2)
Não vos conformeis com este
mundo – aqui, o “conformar” tem o sentido de colocar-se em harmonia com,
resignar-se, concordar, identificar-se... O pedido, então, de Paulo, inspirado
pelo Espírito Santo, é que o cristão não aceite a forma deste mundo, não se harmonize
com este mundo, com o pensamento deste mundo, pelo contrário, que permita ter
seu pensamento transformado pelo Espírito Santo, que suas faculdades sejam
controladas pelo SENHOR, O ESPÍRITO, a fim de que, então, experimente a boa,
perfeita e agradável vontade de DEUS.
Para refletirmos...
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