A Reencarnação
Historicamente falando, a ideia da reencarnação surgiu no norte da Índia, na região hoje conhecida como Nepal, entre os anos 1.000 e 600 a.C., exatamente na época em que Davi e seus descendentes governavam Israel até a queda de Jerusalém.
Na Grécia Antiga, essa ideia veio através do Orfismo, uma
antiga tradição religiosa e filosófica que teve origem na Grécia Antiga.
Atribui-se a ela o lendário poeta Orfeu, um poeta, músico e cantor da mitologia
grega. Sua história trágica e habilidade musical excepcional o tornaram uma
figura lendária Diferente das crenças tradicionais dos gregos, o Orfismo
propunha uma visão mais espiritual e purificadora da vida após a morte. Seus
princípios incluíam a crença na imortalidade da alma, a transmigração das almas
(reencarnação) e a busca pela purificação espiritual. Essa tradição influenciou
artistas, filósofos e pensadores da época, deixando um legado importante no
desenvolvimento do pensamento humano
Um dos pioneiros no estudo do espiritismo e na
exploração da ideia de que a alma é imortal e passa por uma série de
encarnações para evoluir espiritualmente foi Hippolyte Léon Denizard Rivail,
que se autonomeou de Allan Kardec, um filósofo francês do século XIX.
Allan Kardec, cujo nome verdadeiro era Hippolyte Léon
Denizard Rivail, nasceu na França em 1804 e dedicou 30 anos de sua vida à
educação. Ele foi um educador, escritor e tradutor francês, conhecido por seu
papel fundamental na codificação do Espiritismo. Sobre sua vida e
contribuições:
1.
Origens e Educação:
o
Rivail nasceu em Lyon e foi criado como católico
romano.
o
Ele estudou filosofia e ciências, tornando-se um
acólito[1] e colega
de Johann Heinrich Pestalozzi.
o
Completou um Bacharelado em Artes e um doutorado
em medicina. Além do francês, era fluente em alemão, inglês, italiano e
espanhol.
2.
Interesse no Espiritismo:
o
Após sua educação na Suíça, Kardec se interessou
pelo protestantismo.
o
Durante a década de 1850, ele estudou uma série
de fenômenos aparentemente inexplicáveis que ocorriam em Paris.
3.
Codificação Espírita:
o
Kardec compilou suas descobertas em cinco livros
conhecidos como a “Codificação Espírita”:
§ “O
Livro dos Espíritos” (1857): Contém diálogos com espíritos sobre temas como
vida após a morte, reencarnação e moralidade.
§ “O
Livro dos Médiuns” (1861): Explora a mediunidade e a comunicação com o mundo
espiritual.
§ “O
Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864): Apresenta os ensinamentos morais do
Espiritismo.
§ “O
Céu e o Inferno” (1865): Discute a vida após a morte e a justiça divina.
§ “A
Gênese” (1868): Aborda a origem do universo e a evolução espiritual.
4.
Fundador do Espiritismo:
o
Kardec organizou grupos de estudo e promoveu o
Espiritismo em toda a Europa.
o
Sua abordagem racional e científica atraiu
muitos seguidores.
o
Ele faleceu em 1869, mas seu legado continua
vivo através dos princípios do Espiritismo.
Allan Kardec desempenhou um papel crucial na divulgação e
sistematização dessa doutrina, que se propagou em vários países, notadamente no
Brasil.
Ele escolheu o nome “Allan Kardec” depois de uma experiência
em que um suposto espírito familiar[2]
revelou uma vida anterior dele entre druidas celtas da região da Gália. No
Brasil, a doutrina espírita kardecista encontrou solo fértil, sobretudo ao
longo do século 20. Segundo dados do último censo do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o espiritismo é considerado a terceira religião
com mais adeptos no país, depois do catolicismo e das denominações evangélicas.
No Brasil, o espiritismo entrou através de algumas figuras
importantes que contribuíram para sua disseminação:
Casimir Lieutaud: Educador francês que traduziu o livro “Os
Tempos São Chegados” para o português. Essa obra foi a primeira impressa sobre
o Espiritismo no Brasil, em 1860.
Bezerra de Menezes: Conhecido como o “Médico dos Pobres”, é
chamado por muitos de “Kardec Brasileiro”. Contribuiu significativamente para a
popularização do Espiritismo no país.
Chico Xavier: Psicografou mais de 450 livros com ensinamentos
espíritas, tornando-se um grande expoente da Doutrina.
Em outras palavras, o espiritismo encontrou receptividade no
Brasil devido à propensão à crença em espíritos e entidades, já presente nas
religiões afro-brasileiras e afro-indígenas, bem como no catolicismo popular. A
matriz cultural brasileira sempre foi mais emotiva e mágica, o que favoreceu a
aceitação do espiritismo kardecista
Outro ensino notadamente conhecido entre os espíritas é a
respeito da mediunidade.
Mediunidade, ou canalização, é a prática
de supostamente mediar a comunicação entre os espíritos dos mortos e pessoas
vivas. Os praticantes são conhecidos como "médiuns". Entre as
formas mais conhecidas de mediunidade estão o transe, as mesas
girantes e o tabuleiro
ouija.
Apesar de ser uma crença disseminada pela maioria das
sociedades ao longo da história humana, foi a partir do século
XIX que a mediunidade começou a ser um objeto de intensa investigação científica.
Investigações durante este período revelaram grande número de fraudes, com
alguns praticantes empregando técnicas conhecidas de ilusionismo,
e a prática começou a perder credibilidade. Apesar de não haver consenso
da comunidade científica acerca dos fenômenos mediúnicos, a
prática ainda é popular ao redor do mundo.
Espiritualistas alegam que quando espíritos desejam
comunicar-se, podem entrar em contato com a mente do médium ativo, e, assim, se
comunicar por várias formas, como oralmente (psicofonia),
pela escrita (psicografia), ou ainda se fazendo visível ao médium (vidência).
Também afirmam existir a mediunidade de psicometria, que consiste em um médium
ler impressões e recordações pelo contato com objetos comuns; e a mediunidade de cura, que se refere ao alegado
poder de curar ou aliviar os males pela imposição das mãos ou pela prece.
[1]
Acólito: Na igreja católica romana, é o ministro que acompanha e auxilia
o celebrante a conduzir o atos litúrgicos.
[2]
Leia Isaías 8:19, 20.
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